PROTOCOLO DE MANCHESTER: DEMANDA DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

Abstract

As Unidades de Pronto Atendimento surgiram em 2002 e são instituições de saúde de média complexidade. Tem por objetivo atender rapidamente os casos graves, estabilizar o quadro, e encaminhá-los a hospitais quando necessário. Porém, nem sempre isso ocorre, pois a maioria dos casos atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento não se enquadra como urgência, o que gera um fluxo de pacientes que excede a capacidade do serviço, o que torna o atendimento mais demorado e estressante. Diante desta realidade, este estudo tem por objetivo identificar: a demanda de pacientes atendidos de uma Unidade de Pronto Atendimento de uma cidade do interior de Minas Gerais, a partir o Protocolo de Manchester; o perfil sociodemográfico; os principais motivos ou queixas para a procura da UPA; o acesso, os dias da semana e horários de maior fluxo de atendimento de paciente; o tempo de espera do atendimento e o tempo de permanência no setor. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e documental, de abordagem quantitativa. Foram analisados 776 prontuários, de 1º de novembro de 2019 a 31 de dezembro 2019, de pacientes de ambos os sexos da Unidade de Pronto Atendimento - UPA-24 horas. Foram coletados os seguintes dados: sexo, idade, local de residência, tipos de patologias ou queixas que levaram o paciente a procurar a UPA, se o paciente veio à unidade com encaminhamento ou por livre demanda, dias e horários de maior fluxo de atendimento e procura dos pacientes, classificação de risco, tempo de espera para o atendimento, tempo de resolução do atendimento e tempo de permanência no setor. As variáveis dependentes analisadas foram: tempo de espera para o atendimento, tempo de resolução do atendimento e tempo de permanência do paciente na UPA. Os dados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Science, utilizando estatística descritiva. Com relação à demanda dos usuários da UPA, foi constatado que sua maioria era do sexo feminino, com faixa etária dos 20 aos 50 anos e a maior parte moradora da zona urbana. O horário de maior fluxo foi o período vespertino e os dias das semanas foram sábado, sexta e segunda-feira, sendo admitido em sua maioria por livre demanda e resgate, encaminhado pelo SAMU, UBS e ESF. O tipo de consulta em sua maioria foi eletiva com urgência e emergência, sendo que todos os pacientes passaram pela classificação de Manchester; os principais motivos de procura por atendimento médico na UPA, como patologias ou queixas nesse período estudado, foram cefaleia, febre e vômito e as categorias de prioridade relacionada às cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e branco. Com relação ao tempo de espera para o atendimento, se contatou que o tempo máximo de espera para o atendimento foi o máximo de 03 horas e 05 minutos e o tempo mínimo foi de 10 minutos. A pesquisa reforçou a importância do papel da Atenção Primária à Saúde como porta de entrada do sistema e da necessidade de efetivar a educação em saúde esclarecendo e orientando a população as atribuições de cada ponte de rede. Conclui-se que é importante a gestão implementar ações para redirecionar os serviços de urgência e ampliar a melhoria e o acesso da referência e contrarreferência para promover o uso adequado destes serviços.