VIVÊNCIA DE ENFERMEIROS NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR À PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA EGRESSOS DE INTERNAÇÃO PÓS-COVID-19
Keywords:
Assistência Domiciliar, Enfermagem, CoronavírusAbstract
Introdução: A COVID-19 tem trazido preocupação à população, devido a sua alta morbimortalidade e transmissibilidade, e tem se tornado um desafio para a equipe de saúde, por apresentar pessoas assintomáticas e quadros gripais que vão desde sintomas leves, evoluindo em alguns casos para uma pneumonia grave. Algumas pessoas que tiveram a infecção por COVID-19 podem ter comprometimento das funções respiratórias, fazendo com que ocorram sequelas, dentre essas a insuficiência respiratória necessitando de cuidados domiciliares. Objetivo: Conhecer a vivência de enfermeiros que atuam em Unidades de Saúde da Família de um município do interior de Minas Gerais, na assistência domiciliar à pessoa egressa de hospitalização apresentando insuficiência respiratória após a infecção por COVID-19; identificar os cuidados domiciliares e hospitalares ofertados e conhecer as dificuldades sentidas por eles no desempenho dos cuidados. Metodologia: Trata- se de estudo de campo exploratório, descritivo de abordagem qualitativa. Participaram desse estudo 12 enfermeiros das Unidades de Saúde da Família. O instrumento de coleta de dados foi uma entrevista semiestruturada constituída por cinco questões norteadoras voltadas ao conhecimento e vivências do referido tema e a técnica de análise foi a de conteúdo de Bardin. Resultados e discussão: A média de idade das entrevistadas foi de 30 anos, sendo todas do sexo feminino, casadas ou em união estável, com tempo de serviço no local, na maioria de pelo menos 1 ano e aproximadamente 14 anos do término da graduação, sendo que todas possuem pós-graduação. Sobre o número de pacientes egressos de internação pós-COVID-19 atendidos, a média foi de 15 por mês. Em relação às categorias, a experiência dos profissionais na atenção a esses pacientes tem seu lado positivo de ser gratificante como também o lado negativo, da dor, sofrimento e da insegurança; os cuidados envolvem tanto os físicos como os emocionais e as orientações tanto para os pacientes como aos familiares em relação aos sintomas; as dificuldades estão centradas no entendimento e interpretações dos pacientes em relação às orientações realizadas, principalmente os idosos; também em relação à alta demanda e ao uso cotidiano de paramentação. Sobre a percepção e sobre os cuidados domiciliares prestados aos pacientes são ainda de insegurança, vão diminuindo à medida que o número de contaminados diminui e a vacinação avança. De acordo com os enfermeiros, em se tratando da evolução dos casos, a maioria tem uma boa evolução; no entanto essa evolução pode levar a necessidade de cuidados por um longo período de tempo, podendo levar a sequelas gravíssimas e até ser fatal. Considerações Finais: A enfermagem é qualificada para promover a orientação, educação e ações no cuidado ao paciente, sendo importante um planejamento informativo sobre a doença e suas sequelas, tornando-se essencial a realização de treinamentos e capacitação dos profissionais. Diante disso, viu-se que é de suma importância um cuidado psicossocial e multiprofissional para enfrentamento após a internação para promover uma melhora no quadro do paciente e uma melhora na condição do trabalho do profissional.